O relatório elaborado pela Comissão de Análises de Contas do Conselho Municipal de Saúde de Quatro Barras, formado por integrantes da sociedade, trabalhadores e prestadores de serviços da área, além de representantes do governo municipal, apontou que as contas da Secretaria de Saúde possuem supostas irregularidades referentes às licitações de materiais que foram adquiridos para as unidades básicas da cidade, nos anos de 2017 e 2018.
Segundo o documento, que foi obtido com exclusividade pela equipe do Linkada News, a Prefeitura recebeu e pagou materiais que não constam nas licitações do executivo. Além disso, o órgão possui notas fiscais que estão irregulares sobre os materiais recebidos e pagos, que foram R$ 83.070,47 em 2017 e R$ 158.355,60 em 2018, totalizando R$ 241.426,07, o conselho encontrou apenas aproximadamente R$ 11.748,33, sendo uma diferença de R$ 229.677,74, que nenhum funcionário soube indicar o paradeiro, segundo diz o documento.
Outros problemas referentes às contas deste órgão, relacionados no texto do relatório, foram a falta de conferência nos valores pagos e no recebimento de materiais pelos devidos responsáveis, além de criação de planilhas com supostas trocas de materiais que não condizem com a realidade, também foram apurados durante a vistoria feita pelos membros do Conselho e divulgados no documento.
Ainda segundo o documento, foram analisadas pela comissão responsável as notas fiscais de pelo menos dez empresas de diferentes áreas que prestaram serviços à Prefeitura de Quatro Barras. Em uma reunião, feita na Unidade Básica de Saúde Central, foram encontradas pela comissão do Conselho Municipal de Saúde inúmeras divergências nos documentos de uma única empresa. Problemas com relação aos documentos referentes à materiais adquiridos pelo executivo e que foram licitados nesta mesma empresa também foram encontrados na unidade de saúde do Jardim Menino Deus.
Após a vistoria feita nas Unidades Básicas de Saúde de Quatro Barras, os membros do Conselho solicitaram ao executivo a correção das irregularidades encontradas, além de uma comissão de sindicância instalada pela Procuradoria Geral do Município para que sejam apurados os responsáveis por essas irregularidades e uma petição de auditoria Externa ao Conselho e à Prefeitura Municipal de Quatro Barras que averigue a situação exposta no relatório.
OUTRAS DENÚNCIAS - A Câmara Municipal de Quatro Barras também investiga desde novembro de 2018 se existem irregularidades em licitações. Uma Comissão de Investigação (CI) foi instalada após denúncias feitas aos parlamentares e a previsão para a conclusão, segundo a legislação, é no final de fevereiro do corrente ano. Acompanhe a matéria CLICANDO AQUI
Nossa reportagem entrou em contato com a prefeitura da cidade no dia 14 de janeiro, mas até agora não obtivemos nenhum posicionamento. Também tentamos contato com o secretário de saúde municipal Leonardo Presa que não atendeu as nossas ligações.
O QUE DIZEM OS MEMBROS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE
Entrevistamos com exclusividade Presidente do CMSQB Rodney Wenke, que disse haver um regimento protocolar, que segundo ele, não foi seguido neste caso. "A comissão de investigação ainda não entregou o relatório oficial, ele ainda precisa ser analisado e votado pelos membros, ou seja, esse documento que circula pelas redes sociais não é oficial, embora tenha sido elaborado por um membro do Conselho de Saúde", disse Wenke.
O relator e presidente da Comissão de Analises de Contas, que integra o Conselho Municipal de Saúde, Nei Plawiak afirmou em entrevista ao Linkada News, que o relatório é soberano e independe de aprovação, contrariando o que diz o presidente do órgão. "Esse relatório que elaborei e que foi apresentado no dia 11 de dezembro de 2018 é o oficial da comissão que sou presidente e relator, pois a reunião em que foi lido o relatório está registrada, inclusive, havia funcionários da prefeitura na oportunidade, ou seja, eles tomaram conhecimento dos fatos", esclareceu.
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